2006/07/22


Cada vez mais vai engrossando no nosso pais a cultura Americana, eu sei que esta cultura dá muito jeito a muita gente, no entanto a nossa cultura e os nossos direitos estão a desaparecer, para não dizer que estão a ser roubados..


Estou a falar mais objectivamente no direito ao trabalho honesto, leal, e com direitos.
No nosso pais, nesta data, reina a precaridade, pois hoje quem precisa de trabalhar é confrontado:
- Salários de miséria (Média de € 400,00);
- Recibos verdes;
- etc...

E depois estas situações são vendidas ao candidato para o "emprego" como sendo muito beneficas para ele, e como a nossa cultura geral anda muito por baixo, estes candidatos ficam sem resposta ...

Pois é, já não estamos naquele pais em que havia empresários, que queriam ter empresas com futuro, queriam pessoas que se identificassem com o desenvolvimento da empresa, que queriam criar "riqueza" junto com os seus empregados, para desta forma desenvolver a empresa e ao mesmo tempo dar estabilidade e condições aos seus empregados.

Agora dão nomes pomposos aos trabalhadores, ou seja aos seus colaboradores, para fazerem esquecer a existência dos trabalhadores e todos os direitos que foram adquiridos ao longo dos anos, sim porque agora até ao subsidio de almoço estes chamam de regalia.

Outra que está bastante na moda é o trabalho temporário, ou seja as empresas servem-se de trabalhadores que têm contratos mensais com uma empresa de trabalho temporário, para fazer todo o tipo de trabalho nessa empresa - perdão quanto à parte da Administração não corresponde à verdade - ou seja o lixado continua a ser o trabalhador, pois a empresa de trabalho temporário ganha o seu, que não é pouco, a empresa onde o trabalhador presta serviço esfrega as mão de contente, sendo que:
- Não tem encargos com este trabalhador (deduz a factura nos impostos);
- O trabalhador como está com esperanças em ficar efectivo nessa empresa, até limpa os sapatos ao patrão se for necessário;
- Consegue ter este empregado ao seu serviço anos e anos, sem ser responsabilizado;
- Os outros trabalhadores é que lhes dão formação e ainda fazem o seu trabalho, nem que para isso tenham que ficar depois do seu horário, sem receber um cêntimo;
- Quando este empregado ficar doente, é facil manda vir outro em sua substituição, quant ao anterior, que vá morres longe.
- etc......

Mas desengane-se quem pensa que não tem nada a ver com isto, pois é por estas e outras que as empresas e os serviços do nosso pais cada vez funcionam pior, cada vez existe mais incompetência, e cada vez pagamos mais caro. Mas atenção, não pagamos mais caro por causa dos trabalhadores serem beneficiados, mas sim para cada vez mais o lucro dos empresários ser maior......

2006/07/05

AVEIRO: MÉDICO E QUATRO MULHERES CONDENADOS PELO CRIME DE ABORTO
Aveiro: médico e quatro mulheres condenados pelo crime de aborto
04.07.2006 – 12h43 Lusa

Um médico, uma funcionária e três mulheres foram hoje condenados pelo crime de aborto, no Tribunal de Aveiro, que refez um acórdão de 2004 por decisão do Tribunal da Relação de Coimbra.

Trata-se de ser ou não a favor da descriminalização das mulheres

Há 22 anos foi apresentado na Assembleia da República o primeiro projecto para despenalizar o aborto.No dia 28 de Junho passado fez 8 anos que se realizou, sem qualquer resultado vinculativo, um referendo sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez, cujo objectivo foi o de adiar a solução do problema.

Entretanto, os tribunais interpretando a lei, continuam a condenar as mulheres.

É mais que altura de, sem quaisquer pretextos dilatórios, os deputados assumirem a sua responsabilidade política na Assembleia da República e de, com a dignidade e a certeza de que resolvem o problema, acabarem de vez com o drama de tantas mulheres.

Como nós, na Europa, só a Irlanda, Malta e Polónia.

2006/07/02

QUEM NÃO LUTA NÃO ALCANÇA
As organizações dos estudantes e os Sindicatos franceses congratularam-se com a vitória da sua resistência, quando o governo francês se viu obrigado a retirar o CPE (Contrato de 1.º Emprego) que estabelecia um período experimental de 2 anos durante o qual os jovens menores de 26 anos poderiam ser despedidos sem justa causa.
Após manifestações, que movimentaram mais de 3 milhões de pessoas nas duas últimas semanas, o encerramento de universidades e de diversos estabelecimentos de ensino por todo o país e, também, confrontados com uma sondagem que mostrava que 68% dos franceses estavam contra esta lei, o governo e o presidente francês não tiveram outra alternativa.
Dirão muitos que isto é em França, cá em Portugal não conseguimos lutar, nem vale a pena, tudo é um facto consumado, etc, etc.
Três exemplos recentes, de muito outros que poderíamos aqui expor. Os trabalhadores da CM do Porto, fizeram greves, manifestações e até um cordão humano. Resultado: conseguiram reaver o prémio nocturno que representa 20% do seu salário; O Sindicato dos Professores da região centro, afecto à Frenprof, conseguiu, através de manifestações, que muitas das escolas de diversos concelhos desta zona do país não fossem fechados, nem nenhum jardim-de-infância; os moradores do concelho do Seixal obrigaram o governo a modificar a decisão sobre o construção de um hospital no concelho;
Só através da luta podemos defender e alcançar os nossos direitos.
Quem luta pode alcançar. Quem não luta não alcança.


FACTOS E ARGUMENTOS

O Governo quer mexer na Segurança Social, com várias alterações ao actual sistema de reformas. Se entrarem em vigor as medidas anunciadas a maioria dos portugueses pode contar com pensões mais baixas, além da probabilidade de ter de contribuir mais e trabalhar mais tempo. Entre as medidas está a associação da esperança média de vida às pensões, a antecipação da entrada em vigor da nova forma de cálculo e a indexação dos seus aumentos anuais ao crescimento do PIB e à inflação.

Aquilo que os portugueses podem, de facto, esperar é pensões mais baixas. Quem quiser uma reforma mais digna tem de trabalhar mais anos. A proposta de diversificação das fontes de receita da Segurança Social, nomeadamente através da tributação do valor acrescentado bruto das empresas, foi rejeitada pelo Governo.

O The Wall Street Journal acusou a administração do Millennium bcp de “encher os bolsos” à custa dos seus accionistas, atribuindo salários milionários aos nove gestores, que no conjunto podem ascender até 10 por cento dos lucros. O jornal norte-americano, na sua edição europeia, refere que “os banqueiros têm jeito para enriquecerem. Mas poucos o fazem com tanto atrevimento quanto os gestores do BCP, o maior banco cotado português”. Pode o artigo conter incorrecções, mas o exagero desses ganhos é um facto. Mas em Portugal o problema não se limita ao caso isolado de um banco. No ano passado, com a economia nacional quase estagnada, os vencimentos dos administradores das grandes empresas portuguesas subiram 8 por cento. Isto é que vai uma crise, dirão eles.

No seu discurso do 25 de Abril, o Presidente da República propôs o combate à exclusão social, anunciando um vago compromisso cívico para acabar com a pobreza, sem referir, no entanto, as causas que a originam. O objectivo, porém, não poderá ser atingido apenas com “sindicatos e parceiros sociais”. Os detentores do poder económico devem ser incluídos no combate à exclusão social para que a distribuição da riqueza seja outra. A fortuna acumulada das dez maiores famílias portuguesas é de 7,550 milhões de euros, o que corresponde ao rendimento de dois milhões de pensionistas por ano.

È gritante a contradição quanto à forma como o Governo encara o aumento da esperança de vida. Por um lado, faz o apelo ao prolongamento da idade activa, por outro, continua a permitir o desenvolvimento de politicas nos sectores privado e público que expulsam precocemente do trabalho milhares e milhares de trabalhadores na casa dos 50 anos e até mais cedo.

A precariedade do emprego e o desemprego, que afectam vários milhares de portugueses, são comparáveis ao trabalho infantil e à escravatura dos primórdios do capitalismo. Actualmente há novas formas mais requintadas e globalizadas de exploração, suportadas por uma ideologia neoliberal que impõe a desregulamentação do trabalho e toma Insegura a vida dos trabalhadores. Há 120 anos os trabalhadores lutaram pelo estabelecimento de um horário de trabalho de oito horas diárias, pela afirmação de direitos colectivos e pelo combate à precariedade e garantia dos direitos mínimos no trabalho. As causas que estruturam actualmente as reivindicações fundamentais são as mesmas de há muitas décadas porque também o sistema em que vivemos é o mesmo.