2008/07/04

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2008/06/29

Infelizmente, desapareceu o lápis azul, do fascismo, mas foi substituído pelo “meter na gaveta”, isto acontece em diversas áreas, nos nossos dias.
Como é o caso em que dois excelentes filmes, Segredo de um Cuscuz e O Meu Irmão é Filho Único, nem podem dizer que é por falta de qualidade, pois o primeiro foi vencedor dos Césares 2007 e premiado no festival de Veneza.
Com grande lamentação, estes filmes só estão em exibição, nos cinemas:


Segredo de um Cuscuz

sinopse
Na cidade costeira de Sète, França, o Sr. Beiji, pai de família de sessenta anos com emprego precário esforça-se por manter a família unida, apesar do historial de tensões que sentimos sempre próximas da ebulição. Tem o peso do falhanço em cima dos ombros e um sonho, o de construir um restaurante. Num panorama negro, ele fala do seu sonho, sobretudo com a família que se vai solidarizar pouco a pouco com ele. O sentido de entreajuda poderá trazer o projecto a bom porto, ou talvez não...



Lisboa - Medeia Monumental - 213142223
Edifício Monumental
13h00 / 15h50 / 18h50 / 21h50

Lisboa - Cinema King - 218480808
Av. Frei Miguel Contreiras, 52A
14h30 / 18h15 / 21h30; 6ª-Sab,2ª: 24h30

Porto - Teatro do Campo Alegre (TCA) - 226063000
Rua das Estrelas
18h30 / 22h00

O Meu Irmão é Filho Único

sinopse
Accio, um fascista susceptível é o irmão de Manrico, um comunista fascinante. Entre os dois há um constante confronto numa época de grandes paixões e de agitação social e cultural: os anos 60 e 70. A atracção de ambos por Francesca põe à dura prova a relação conflituosa entre eles que, no entanto, se distingue pela afeição, sempre presente.



Lisboa - Medeia Monumental - 213142223
Edifício Monumental
13h15 / 15h20 / 17h25 / 19h30 / 21h40 / 24h15

Lisboa - Cinema King - 218480808
Av. Frei Miguel Contreiras, 52A
13h40 / 15h45 / 17h50 / 19h55 / 22h00; 6ª-Sab,2ª: 24h15

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2008/06/25

OS VENDILHÕES

Mais uma vez a UGT vendeu os direitos dos trabalhadores, hoje, mais uma vez, houve a manipulação dos fantoches... e a comunicação social a ajudar, pois esclarecer é que não vale. Esta proposta já aceite pelos amarelos, perdão, UGT vai trazer aos trabalhadores Portugueses, somente, duas hipóteses, que são:



ESCRAVIDÃO ASSALARIADA OU FOME

E a comunicação social, alinhada, só sabe dar títulos tipo: “Governo recua no despedimento por inadaptação à função”

Que é para o Zé povinho ficar feliz da vida, esquecem-se é de dizer que a UGT conseguiu ainda apresentar uma proposta, em relação à caducidade dos contratos colectivos de trabalho, ainda pior da que o governo apresentou, e porquê? Para quê? Esta UGT, aceita.... (para beneficio dos trabalhadores é que não é) - Eliminação do principio do tratamento mais favorável * Convenções colectivas com direitos inferiores!!!
- Horários de Trabalho . Eliminação do limite máximo do período normal de trabalho diário * Dias de trabalho com 10, 12 horas ou mais!!! * Redução da retribuição do trabalho!!! . Período inactivo do tempo de permanência no local de trabalho * A máquina, o computador, está avariado ou em manutenção e o tempo que estou sem a(o) poder utilizar, não conta para o meu horário de trabalho!!!
- Horários concertados * O patrão pode concentrar o meu período de trabalho em apenas dois ou três dias da semana, eu não recebo trabalho suplementar, e nos restantes dias não recebo subsidio de almoço!!! * Mas é a entidade patronal que decide quando é que tenho que estar disponível!!!
- Mobilidade Funcional * Posso durante três anos exercer funções não compreendidas no meu contrato de trabalho!!!
- Mobilidade Geográfica * O patrão pode-me deslocar para outra zona geográfica e eu ainda tenho que pagar os custos da deslocação do meu bolso!!!
- Contratação colectiva * O contrato colectivo de trabalho vai caducar, o Bagão não conseguiu, pois existia, salvaguarda, e agora vão ser destruídos, de uma assentada, os direitos que custaram tanto a serem conquistados!!! E MUITO MAIS HAVIA PARA DIZER.... É UMA VERGONHA A FACILIDADE COM QUE OS VENDILHÕES ABDICAM DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES. QUAL VAI SER O PRÉMIO... SERÁ QUE VAI COMPENSAR A ESCRAVIDÃO A QUE NOS VÃO SUBMETER? TENHO VERGONHA DE PERTENCER A UM SINDICATO QUE É DA UGT

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2008/06/11


Pois é, a desinformação da comunicação social, dos “patrões”, como sempre, está a funcionar...

Antes de mais quero dizer que não estou a favor nem contra esta paralisação, das transportadoras, sim paralisação, não é greve... pois a associação que representa esta classe também faz parte daquele núcleo, tipo UGT, falam, falam... mas depressinha aprendem o que o governo quer que eles digam e assinem...

Aqueles que criticaram, criticaram..., mas devagarinho para não aleijar, a posição do governo para com a reforma da função pública, pois era preciso fazer o “povo” pensar que eles defendem os trabalhadores. Depois do tempo de antena passar, lá assinaram todos os acordos que o governo pretendia.

A seguir os iluminados dos patrões, perdão, do governo puderam dizer que conseguiram um consenso com os trabalhadores... esqueceram-se de dizer com quais.

Não sou a favor deste bloqueio, porque estes ditos “patrões” (das transportadoras), comparados aos trabalhadores que existem por este país a recibo verde..., estão a defender simplesmente os seus interesses pois mal ganhem alguma coisinha com esta paralisação, voltam para as suas vidinhas, e estão simplesmente “nas tintas” para os problemas que assolam o nosso país.
Entre outros, estão “nas tintas” para a destruição dos direitos dos trabalhadores que estão a ser postos em causa com a nova proposta do código de trabalho que é um verdadeiro atentado à classe trabalhadora.
Estão “nas tintas” para a fome e a miséria que vai, cada vez mais, devastando o nosso país e o mundo, com a justificação “é a evolução”.
Mas que raio de evolução é haver cada vez mais miséria e fome, enquanto meia dúzia de senhores aumentam drasticamente as suas fortunas?
Aumentam estas fortunas mas não é a custa do trabalho destes, pois estes nem sabem sequer como se faz algo nas suas empresas... limitam-se a dar umas teorias e alguém que as ponha em prática, pois eles já fizeram o papel deles... e se falharem, a culpa não é da teoria é de quem se limitou a por em pratica “as ideias geniais” destes.

Enquanto isso engrossam as empresas com trabalho precário, exploração de trabalhadores, assédio moral dos trabalhadores...

Como ainda não estão contentes, fizeram uma encomenda “de um novo código de trabalho” a este governo, dito socialista, para que possam impor a escravatura.
Mas esta escravatura ainda é melhor do que a anterior, pois antigamente os patrões ainda tinham que investir numas senzalas, agora, basta darem uns trocos para que os trabalhadores possam ir trabalhar no dia seguinte, e assim poupam nas senzalas.

Não sou contra, porque quem paga toda esta especulação com os combustíveis somos nós... e temos que acabar com esta especulação...

Ainda me lembro que quando houve a liberalização do preço dos combustíveis, quem ousava ser contra era apelidado de retrógrado e louco, pois segundo os “iluminados” a liberalização só trazia benefícios, é ocasião para dizer, SANTA IGNORÂNCIA.

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2008/06/09

EM BUSCA DA REVISTA PERDIDA II

Trata-se de um musical – non sense – em que a história se baseia na busca da revista (teatro) perdida. Começa com D. Sebastião e termina nos tempos com personagens muito em voga, como José Castelo Branco, Floribela, etc.

Tratando-se de um musical, ao longo da história tem muita música e dança e alguns números da típica revista à portuguesa pelo meio.

Original de Miguel Dias


Rua da Academia Recreativa de Santo Amaro, 9
1300-001 Lisboa


Junho 6, 14, 20, 21, 27, 28, 30

Sempre às 21.30

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Miguel Urbano Rodrigues


  • Miguel Urbano Tavares Rodrigues (Moura, 2 de Agosto de 1925) é um jornalista e escritor português.
    Foi redactor do Diário de Notícias entre 1949 e 1956, chefe de redacção do Diário Ilustrado (1956 e 1957), antes de se exilar no Brasil, onde foi editorialista principal de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista brasileira Visão (1970 a 1974).
    Regressado a Portugal após a Revolução dos Cravos, foi chefe de redacção do Avante! em 1974 e 1975 e director de O Diário entre 1976 e 1985. Foi ainda assistente de História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1974-75], presidente da Assembleia Municipal de Moura em 1977 e 1978, deputado à Assembleia da República pelo PCP entre 1990 e 1995 e deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental, tendo sido membro da comissão política desta última.
    Tem colaborações publicadas em jornais e revistas de duas dezenas de países da América Latina e da Europa e é autor de mais de uma dezena de livros publicados em Portugal e no Brasil.

    Miguel Urbano Rodrigues é irmão de Urbano Tavares Rodrigues.

    Livros publicados
    O Homem de Negro (conto), Lisboa, 1958
    • Opções da Revolução na América Latina (ensaio), São Paulo, 1968
    • Portugal, 43 Anos de Fascismo (em colaboração com Joaquim Barradas de Carvalho, Vítor Ramos, Augusto Aragão e Maria Antónia Fiadeiro), São Paulo, 1971
    • Da Resistência à Revolução (textos políticos), Lisboa, 1975
    • Revolução e Vida (textos políticos), Lisboa, 1977
    • Do Fundo do Tempo (contos), Lisboa, 1979
    • Polónia e Afeganistão (reportagens), Lisboa, 1983
    • O Diário Acusa - 1000 Horas em Tribunal (depoimento), Lisboa, 1984
    • Do Báltico aos Gelos Siberianos (em colaboração com João Alferes Gonçalves, José Goulão, Baptista-Bastos e Cipriano Ricardo), Lisboa, 1985
    • Em Defesa do Socialismo (crónicas políticas, com Zilah Branco), Lisboa, 1990
    • Nómadas e Sedentários na Ásia Central (ensaio) Porto, 1999
    • Alva (romance) Porto, 2001
    • O Tempo e o Espaço em Que Vivi - I - Procurando um Caminho (memórias) Porto, 2002
    • O Tempo e o Espaço em Que Vivi - II - Revolução e Contra-revolução na América Latina (memórias) Porto, 2002

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    2008/06/08


    REFLEXÕES DE FIDEL
    A política cínica do império

    NÃO seria honesto que eu guardasse silêncio depois do discurso de Obama, na tarde de 23 de maio, perante a Fundação Cubano-Americana, criada por Ronald Reagan. Escutei-o, assim como fiz com o de McCain e o de Bush. Não guardo rancor a sua pessoa, porque não foi responsável pelos crimes cometidos contra Cuba e contra a humanidade. Se o defendesse, faria um enorme favor a seus adversários. Por isso, não temo de criticá-lo e de expor com franqueza meus pontos de vista sobre suas palavras.

    O que afirmou?

    "No decurso de minha vida houve injustiça e repressão em Cuba, e nunca, durante minha vida, o povo conheceu a verdadeira liberdade; nunca, durante duas gerações, o povo de Cuba experimentou uma democracia… não temos visto eleições durante 50 anos… Nós não vamos suportar essas injustiças, todos nós, juntos, vamos conseguir a liberdade de Cuba," disse aos anexionistas e prosseguiu: "Essa é minha palavra. Esse é meu compromisso. …é hora de que o dinheiro estadunidense faça com que o povo cubano seja menos dependente do regime de Castro. Vou manter o embargo…"
    O conteúdo das palavras deste forte candidato à presidência dos Estados Unidos, isenta-me da necessidade de explicar o porquê desta reflexão.

    O próprio José Hernández, um dos dirigentes da Fundação Cubano-Americana, que Obama elogia em seu discurso, era o proprietário do fuzil automático calibre 50, com mira telescópica e raios infravermelhos apreendido por acaso com outras armas mortíferas, durante sua transportação pelo mar rumo à Venezuela, onde a Fundação planejou assassinar quem está escrevendo isto, numa reunião internacional, realizada em Margarita, estado venezuelano de Nueva Esparta.

    O grupo de Pepe Hernández desejava voltar ao pacto com Clinton, que o clã de Mas Canosa traiu, dando, mediante a fraude, a vitória a Bush em 2000 porque tinha prometido assassinar Castro, assunto que todos aceitaram com vontade. São conluios políticos próprios do sistema decadente e contraditório dos Estados Unidos.
    O discurso do candidato Obama pode se converter numa fórmula de fome para a nação, as remessas como esmolas, e as visitas a Cuba como propaganda para o consumismo e o modo de vida insustentável que o sustenta.

    Como vai encarar o gravíssimo problema da crise alimentar?

    Os grãos devem ser distribuídos entre os seres humanos, os animais domésticos e os peixes, que ano após ano são cada vez mais pequenos e mais escassos nos mares excessivameente explorados pelos grandes navios de pesca de arrastão, que nenhum organismo internacional foi capaz de deter. Não é fácil produzir carne a partir do gás e do petróleo. O próprio Obama superestima as possibilidades da tecnologia no combate à mudança climática, embora esteja mais ciente que Bush dos riscos e do escasso tempo disponível. Poderia consultar Gore, que também é democrata e deixou de ser candidato, porque sabe muito bem ao ritmo acelerado que aumenta o aquecimento. Seu mais próximo adversário político embora não candidato, Bill Clinton, perito em leis extraterritoriais como a Helms-Burton e a Torricelli, pode prestar assessoria num tema como o bloqueio, que prometeu pôr fim a ele e nunca o cumpriu.

    Como foi que se expressou em seu discurso de Miami o que, sem dúvida, do ponto de vista social e humano, é o mais avançado candidato à presidência nos Estados Unidos?

    "Durante 200 anos" ―disse― "os Estados Unidos esclareceram que não vamos suportar a intervenção em nosso hemisfério, contudo, devemos reparar que existe uma intervenção importante, a fome, as doenças, o desespero. Do Haiti ao Peru podemos fazer melhor as coisas e devemos fazê-lo, não podemos aceitar a globalização dos estômagos vazios…" Magnífica definição da globalização imperialista: a dos estômagos vazios! Devemos agradecer-lhe isso; mas há 200 anos, Bolívar lutou pela unidade da América Latina e há mais de 100 anos, Martí entregou sua vida combatendo contra a anexação de Cuba aos Estados Unidos.

    Então, qual a diferença entre o proclamado por Monroe e o que, dois séculos depois, proclama e reivindica Obama em seu discurso?

    "Teremos um enviado especial da Casa Branca, como o fez Bill Clinton" ―expressou quase ao concluir― "…vamos ampliar o Corpo de Paz e vamos pedir a mais jovens que façam que nossos vínculos com as pessoas sejam mais fortes e, talvez, mais importantes. Podemos forjar o futuro, e não deixar que o futuro nos forje." É uma bela frase, porque admite a idéia, ou pelo menos o temor, de que a história faz os personagens e não o contrário.

    Os atuais Estados Unidos não têm nada a ver com a declaração de princípios de Filadélfia, formulada pelas 13 colônias que se revoltaram contra o colonialismo inglês. Hoje constituem um império gigantesco, que não passava naquele momento pela mente de seus fundadores. Porém, nada mudou para os indígenas e os escravos. Os primeiros foram exterminados à medida que a nação se estendia; os segundos continuaram sendo objeto de leilões nos mercados ―homens, mulheres e crianças― durante quase um século, apesar de "todos os homens nascerem livres e iguais", como afirma a declaração. As condições objetivas no planeta foram favoráveis para o desenvolvimento desse sistema.

    Obama em seu discurso conferiu à Revolução Cubana um caráter antidemocrático e carente de respeito à liberdade e aos direitos humanos. É exatamente o argumento que, quase sem exceção, empregaram as administrações dos Estados Unidos para justificarem seus crimes contra nossa pátria. O bloqueio, de per si, é um genocídio. Não desejo que as crianças norte-americanas sejam educadas sob essa vergonhosa.
    A revolução armada em nosso país talvez não tivesse sido necessária sem a intervenção militar, a Emenda Platt e o colonialismo econômico que ela trouxe à ilha.

    A Revolução foi produto da dominação imperial. Não nos podem acusar de tê-la imposto. As mudanças verdadeiras puderam e deveram surgir nos Estados Unidos. Seus próprios operários, há mais de um século, lançaram a reivindicação de oito horas, filha da produtividade do trabalho.

    A primeira coisa que os líderes da Revolução Cubana aprendemos com Martí foi acreditar e agir em nome de uma organização fundada para levar a cabo uma revolução. Sempre dispusemos de faculdades prévias e, já institucionalizada, fomos eleitos com a participação de mais de 90% dos eleitores, como é costume em Cuba, e não a ridícula participação que muitas vezes, como nos Estados Unidos, não atinge 50% dos eleitores. Nenhum outro país pequeno e bloqueado como o nosso teria sido capaz de resistir tanto tempo, com base na ambição, na vaidade, no engano ou nos abusos de autoridade, a um poder como o de seu vizinho. Afirmá-lo constitui um insulto à inteligência de nosso heróico povo.

    Não duvido da aguda inteligência de Obama, de sua capacidade para polemizar e de seu espírito de trabalho. Domina as técnicas de comunicação e está acima de seus adversários na disputa eleitoral. Observo, com simpatia, sua esposa e suas filhas, que o acompanham e animam todas as terças-feiras; sem dúvida, é um quadro humano agradável. Contudo, sou obrigação a fazer algumas perguntas delicadas, ainda que não pretenda respostas, apenas confirmá-las.

    1º — É correto que o presidente dos Estados Unidos ordene o assassinato de qualquer pessoa no mundo, seja qual for o pretexto?

    2º — É ético que o presidente dos Estados Unidos ordene torturar outros seres humanos?

    3º — É o terrorismo de Estado um instrumento que deve utilizar um país tão poderoso como os Estados Unidos para que exista paz no planeta?

    4º — É boa e honorável uma Lei de Ajuste que é aplicada como punição a um só país, Cuba, para desestabilizá-lo, embora custe a vida a crianças e mães inocentes? Se for boa, por que não é aplicado o direito automático de residência aos haitianos, dominicanos e demais cidadãos de países do Caribe, e se faz a mesma coisa com os mexicanos, centro-americanos e sul-americanos, que morrem como moscas no muro da fronteira mexicana ou nas águas do Atlântico e do Pacífico?

    5º — Podem os Estados Unidos prescindir dos imigrantes, que cultivam vegetais, frutas, amêndoas e outras delícias para os norte-americanos? Quem vai varrer suas ruas, prestar serviços domésticos e fazer os trabalhos piores e menos remunerados?

    6º — São justas as batidas policiais contra os indocumentados, que atingem, inclusive, crianças nascidas nos Estados Unidos?

    7º — É moral e justificável o roubo de cérebros e a contínua extração das melhores inteligências científicas e intelectuais dos países pobres?

    8º — O senhor afirma, como lembrei no início desta reflexão, que seu país advertiu, há tempo, as potências européias que não admitiria intervenções no hemisfério, e ao mesmo tempo enfatiza a exigência desse direito, reclamando também o de intervir em qualquer parte do mundo com o apoio de centenas de bases militares, forças navais, aéreas e espaciais distribuídas no planeta. Pergunto-lhe, é essa a forma em que os Estados Unidos exprimem seu respeito pela liberdade, democracia e ireitos humanos?

    9º — É justo atacar de surpresa e preventivamente sessenta ou mais obscuros cantos do mundo, como os chama Bush, seja qual for o pretexto?

    10º — É honorável e sensato investir milhões de dólares no complexo militar industrial para produzir armas que podem liquidar várias vezes a vida na Terra?


    O senhor deveria saber, antes de julgar o nosso país, que Cuba, com seus programas de educação, saúde, esportes, cultura e ciências, aplicados não só em seu próprio território, mas também em outros países pobres do mundo, e com o sangue derramado em solidariedade a outros povos, apesar do bloqueio econômico e financeiro e das agressões de seu poderoso país, é uma prova de que se pode fazer muita coisa com muito pouco. Nem a nossa melhor aliada, a URSS, foi permitido traçar nosso destino.~

    Para cooperar com outros países, os Estados Unidos só podem enviar profissionais ligados à disciplina militar. Não pode fazê-lo de outro jeito, porque carece de número suficiente de pessoal disposto a sacrificar-se por outros e a oferecer apoio significativo a um país com dificuldades, apesar de em Cuba termos conhecido e terem cooperado conosco excelentes médicos norte-americanos. Eles não são os culpados porque a sociedade não os educa em massa nesse espírito.

    A cooperação do nosso país nunca a sujeitamos a requisitos ideológicos. Oferecemo-la aos Estados Unidos quando o furacão Katrina bateu duramente a cidade de Nova Orleans. Nossa brigada médica internacionalista leva o nome glorioso de Henry Reeve, um jovem nascido nesse país que lutou e morreu pela soberania de Cuba na primeira guerra de nossa independência.

    Nossa Revolução pode convocar dezenas de milhares de médicos y técnicos da saúde. Pode convocar, também em massa, professores e cidadãos dispostos a irem a qualquer canto do mundo, para qualquer nobre propósito. Não para usurpar direitos nem conquistar matérias-primas.

    Nas pessoas de boa vontade e disposição há infinitos recursos que não se guardam nem cabem nas arcas de um banco. Não emanam da política cínica de um império.

    Fidel Castro Ruz
    25 de maio de 2008
    22h35

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    2008/06/04


    Elogio da Dialéctica


    A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
    Os dominadores estabelecem-se por dez mil anos.
    Só a força os garante.
    Tudo ficará como está.
    Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
    No mercado da exploração diz-se em voz alta:
    Agora acaba de começar:
    E entre os oprimidos muitos dizem:
    Não se realizará jamais o que queremos!
    O que ainda vive não diga: jamais!
    O seguro não é seguro. Como está não ficará.
    Quando os dominadores falarem
    falarão também os dominados.
    Quem se atreve a dizer: jamais?
    De quem depende a continuação desse domínio?
    De quem depende a sua destruição?
    Igualmente de nós.
    Os caídos que se levantem!
    Os que estão perdidos que lutem!
    Quem reconhece a situação como pode calar-se?
    Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
    E o "hoje" nascerá do "jamais".

    Bertolt Brecht

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    2008/05/25

    MANIFESTO COMUNISTA

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    Sicko - S.O.S. Saúde

    Já se encontra disponível em DVD o ultimo documentário de Michael Moore, o autor de Tiros em Columbine e Farenheit 9/11.

    Neste documentário de Michael Moore, a partir do perfil de cidadãos comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim das contas, só beneficia a poucos endinheirados.
    Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente.
    Depois de examinar como o país chegou a esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e Canadá.

    Um exemplo impressionante é a história de uma norte-americana que sofreu um acidente de carro e foi levada inconsciente para o hospital, obviamente de ambulância. Após o trauma, seu plano de saúde enviou um documento cobrando uma taxa pelo transporte de ambulância, argumentando que esse procedimento deveria ter sido comunicado pela segurada na hora do acidente...
    Agora a grande insensatez: como a acidentada comunicaria a necessidade do transporte se estava inconsciente no momento?!

    Curiosidade: se você não gosta de Moore (muita gente não gosta) vai adorar descobrir o site MooreWatch, que é de um tal de Jim Kenefick, inimigo mortal do cineasta, mas que é tão parcial quanto ele. A parte legal é que no ano passado Kenefick aproveitou o site para pedir donativos em ajuda a despesas de saúde de sua mulher, sendo ajudado por um doador anônimo em doze mil dólares. Em Sicko vai poder saber quem foi o doador…







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