2007/05/13

Hoje foi publicada uma entrevista ao Exmo. Sr. Engº João Proença, no correio da manhã, onde o Exmo. Sr. Engº, explica o porquê da UGT não aderir à GREVE GERAL, marcada para dia 30, explicou não explicando nada, debitou umas teorias. O que me espanta, pois este senhor até é uma pessoa que vende bem o seu “peixe” ao trabalhador, que mantêm-se distante das dificuldades dos outros; ao trabalhador que normalmente protesta baixinho e quando vê o “patrão” põem-se em sentido; ao trabalhador, que normalmente se mete no fim da fila quando é para reivindicar os seus direitos, mas quando é para receber algo resultante dessa luta é o primeiro da fila; ao trabalhador comodista, que passa a vida a dizer “...não vale a pena lutar, pois os patrões têm a “faca e o queijo” na mão; ao trabalhador, que quando passa na rua e vê a miséria diz “...eles só estão assim porque querem”;

Mas com esta entrevista, nem isso conseguiu, deve estar a perder pedalada, deste modo não admira que o PS e companhia, perdão, e companhias o afastem da UGT, lhe dêem um tachinho por serviços prestados, e arranjem outro do mesmo calibre para o substituir na UGT.

Infelizmente, ainda existem muitas mentalidades assim, mas é preciso lembrar os mais velhos que o ESTADO DO NOSSO PAÍS, deve-se à hipocrisia, ao comodismo, oportunismo,... que tem havido ao longo dos tempos por parte de uma grande parte dos trabalhadores.

Muitos destes trabalhadores, esquecem-se que têm filhos, netos e outros familiares que vão colher o que eles plantaram, o que actualmente se traduz:

- Na precariedade do trabalho, trabalhadores temporários que têm contratos mensais, e que não sabem se no mês seguinte têm trabalho, perdão, trabalho existe não sabem é se vão ser eles os explorados no mês seguinte.

Trabalhadores estes que para manterem este trabalho, fazem horas e horas sem receberem, têm que concordar sempre com o “patrão” mesmo que seja o maior atentado à humanidade, mas se querem trabalho, é assim mesmo.

Isto e muito mais, em troco de alguns euros que mal dá para comer e pagar os transportes para irem trabalhar, pois quanto a casa, é melhor nem falar.

Por algum motivo cada vez mais existem empresas de trabalho temporário e cada vez mais, o lucro é maior.

ISTO É A ESCRAVATURA DO SEC. XXI

Isto acontece, mesmo quando mais de 90% dos temporários estão em situação ilegal à luz do Código de Trabalho – código que tem sofrido atentados, do PS e PSD, ao longo do tempo, mas ainda não estão satisfeitos, nem estarão enquanto neste Código ainda existir direitos para os trabalhadores.

E o que têm feito a UGT e a maioria dos seus sindicatos filiados, quando estes trabalhadores pedem ajuda? Batem-lhes nas costas e dizem, “não vale a pena”.

Não vale pois não, se valesse o que aconteceria aos “tachos” e fundos que a UGT recebe? Sim os tachos tipo Torres Couto, e muitos outros.... Sim os fundos que eram para formação, ainda não sabemos é de quem e de quê.

- Os salários, actualmente muitos trabalhadores ganham, as vezes nem isso, o suficiente para irem trabalhar no mês seguinte;

- No desemprego, mesmo alterando critérios de estatística entre outras manobras, continua nos valores que estão;

- Os subsídios dados aos patrões, as isenções da Segurança Social dada, etc... em troca estes patrões dão um emprego(zinho) através do instituto de emprego, em que as condições propostas, são um crime para os trabalhadores que andam à procura de trabalho, RESUMINDO O ESTADO – GOVERNO – FINANCIA CRIMES.

Haveria muito mais para falar, mas só não sabe quem não quer, é a SOCIEDADE QUE MERECEMOS, por isso é que ainda existe uma associação patronal, perdão, uma associação dos trabalhadores como a UGT.

Agora vamos à entrevista....

Entrevista CM: João Proença

CGTP usou a greve para dividir a UGT

João Proença, secretário-geral da UGT, acusa a CGTP de usar a greve geral de dia 30 para enfraquecer e dividir a UGT, afirma que não vai mudar coisa nenhuma e que pode inclusive ser prejudicial para a luta dos trabalhadores. Diz que a reforma em curso na Administração Pública está um caos.

Querem ver que ainda vão despedir todos os que fizerem greve, ou será que se houver uma grande adesão, ele vai ser acusado pelo PS e companhias, de não conseguir calar os trabalhadores, em suma vai ser despedido por justa causa, ou seja incompetência.

Correio da Manhã – A UGT não apoia a greve geral de dia 30 marcada pela CGTP. Porquê?

João Proença – A UGT apoia as greves marcadas pelos seus sindicatos. Mas nunca assumimos a luta pela luta, a greve pela greve. Sobre a greve dita geral declarada pela CGTP não há um motivo concreto.

Pensando bem o gajo até têm razão, cada vez há mais lucros, cada vez paga-se menos aos empregados, cada vez mais existem trabalhadores em situação precária, ou seja menos €, mais trabalho realizado, já chega se não fico aqui uma semana inteira.

Oh..Oh.. estava-me a esquecer novamente que a UGT defende os trabalhadores e não os patrões.

– É um motivo meramente político?

– É muito difuso, político em geral. Se formos ver bem, porquê feita hoje e não há dois anos? E depois a CGTP não teve qualquer contacto com a UGT.

Mais uma vez o gajo tem razão, porque não fazer barulho só quando o PS não está no governo? Vai longe vai...

– Não houve qualquer contacto?

– Nada. Não houve qualquer contacto tentando viabilizar a adesão da UGT ou dos seus sindicatos a essa greve. Pelo contrário, a CGTP usou a greve para dividir a UGT e enfraquecê-la.

Queres ver que a CGTP se esqueceu do nº de telefone da UGT, e telefonou para os membros (acho que é assim) da UGT.

– Contactou sindicatos da UGT?

– Fez isso para tentar demonstrar que a UGT não está com a greve, logo não está com os seus sindicatos e os seus trabalhadores. E foi isso que obrigou a UGT a vir publicamente explicar o porquê de não fazer a greve.

Mas afinal contactou ou não contactou ?

– Porquê então?

– Não vai para a greve porque nem sempre uma greve é boa. É boa se tiver uma forte adesão dos trabalhadores e demonstrar a sua força. Uma greve fraca enfraquece a luta dos trabalhadores.

Será que o que ele quer dizer, é como tivemos meia dúzia de trabalhadores na comemoração do 1º de Maio da UGT, é melhor...

– A greve vai contar com o apoio de sindicatos da UGT?

– Os sindicatos da UGT poderão fazer parte da greve. Não temos aqui nenhum estalinismo de procedimentos que leve sanções a quem faça a greve. Mas não prevemos que algum sindicato significativo, nomeadamente da área dos Transportes, muito importante para a CGTP, faça greve.

Estalinismo não, só acabar com os subsídios para formação que esses sindicatos recebem, mas atenção esses subsídios são aplicados na formação.

– Não há razões para a greve? Reforma do Estado, desemprego?

– Não, porque no dia seguinte à greve geral vamos continuar a não saber o que é que a CGTP pretendeu alcançar com a greve geral. Manifestar o descontentamento dos trabalhadores da Administração Pública? É mais do que manifesto. Estão claramente zangados com o Governo. Já fizeram uma greve nacional bastante conseguida.

Há agora percebo, deve ser por causa destas e outras que este Sr. Critica, na comunicação social, a desgraça que impera sobre os trabalhadores, mas depois é o primeiro a assinar os acordos que contêm essas mesmas desgraças e outras piores.

– E essa greve mudou alguma coisa?

– Acho que o Governo alterou alguns procedimentos, de uma forma muito ligeira, mas a verdade é que estamos hoje confrontados com um verdadeiro caos na reforma da Administração Pública.

Ai acha, mas este gajo nunca tem certezas?

– É o caos?

– Está naquela fase de caos. Se vai dar alguma coisa positiva não sei. Sei que para os trabalhadores está a ser negativa com a ameaça da mobilidade. Em termos de País a ver vamos.

– A reforma não está a andar?

– Assistimos à paralisação da Administração Pública e à desmobilização dos trabalhadores. Sentem que têm os seus postos de trabalho ameaçados, sentem que podem ir para o quadro de mobilidade se não forem do total agrado do chefe. Arriscam-se a ir parar ao quadro de mobilidade porque os critérios não existem.

– São arbitrários?

– Veja o que se passou no Ministério da Agricultura, em que não há critérios. O ministro disse para cada dirigente fazer os seus critérios, fizeram uma avaliação para ajustar aos critérios.

– Tudo ao contrário?

– Claro. Um disparate total. O próprio ministro demitiu-se da reestruturação. Como é possível? Há uma decisão política, não sei de quem, para se reduzir os trabalhadores em trinta por cento. É inaceitável que ele diga a cada um dos seus dirigentes para aplicar esse corte.

– Sem critérios?

– O que tinha de dizer era quais eram os serviços fundamentais, os que ia extinguir e por aí adiante. Não. Cada director-geral reduza trinta por cento e façam como muito bem entenderem. Avaliação? Não houve a tempo.

– Como é que explica isso?

– Acho que tem havido erros graves na maneira como está a ser conduzida a dita modernização da Administração Pública, nomeadamente na maneira como os trabalhadores foram tratados na chamada harmonização dos direitos. Poderia ter havido mais diálogo e, essencialmente, não confundir direitos com privilégios.

POIS, MAS QUANTO A RAZÕES PARA A GREVE NÃO EXISTEM.

Bem já chega, isto é mau demais........

– Voltando à greve. Não vai alterar este estado de coisas?

– Não vai alterar nada.

– Vai ser uma greve essencialmente do sector público?

– Estou convencido de que vai ser a greve de protesto de muitos trabalhadores da Administração Pública. Mas uma greve de protesto que conduz a poucos resultados.

– A greve também provocou divisões na CGTP.

– Sim, a decisão foi tomada por uma tendência que é esmagadora, a comunista, contra os restantes sindicalistas.

Está a haver aqui uma confusão, não é na CGTP que existem decisões tomadas por uma tendência.

– Incluindo o próprio secretário-geral?

– Não comento essas especulações.

Pois mais vale estar calado, do que dizer asneira.

"NÃO É DIFÍCIL DESPEDIR"

CM – Começou agora a falar-se de flexigurança no mercado de trabalho. Não existe já em Portugal?

J.P. – Os relatórios da OCDE falam da pouca flexibilidade porque só olham para o despedimento individual, o que é profundamente errado. Em Portugal há uma grande flexibilidade como há uma elevadíssima precariedade. Portugal e Espanha são os países com maior precariedade na Europa.

– O que é que falta então?

– Falta a adaptabilidade das condições de trabalho. As empresas hoje só produzem se tiverem encomendas. A definição rígida de posto de trabalho já não se adapta à realidade.

– Mas como é que se altera a situação? Com mais leis?

– A lei pode dar uma ajuda. Mas, por exemplo, os empregadores dizem que fazem contratos a prazo porque é difícil despedir. É falso. Porque para se despedir trabalhadores há o despedimento colectivo. Repare que para uma empresa até 50 trabalhadores o despedimento colectivo é composto por apenas dois funcionários num prazo de três meses.

Deve ser por estas e outras, que a UGT deu o parecer que deu sobre a flexigurança, tenho a impressão que eles nem lêem as matérias sobre que dão parecer, devem-se limitar a receber o parecer já feito, enviado por alguém com interesses nessa matéria e depois limitam-se a assinar.

Pois se assim não fosse, não era compreensível a diferença entre o que falam e as acções que praticam.

"AUTOEUROPA É UM BOM EXEMPLO"

CM – A Autoeuropa é um caso exemplar em Portugal?

J.P. – É um caso diferente e é um bom exemplo, mas que não pode ser extrapolado para outros casos. Na Autoeuropa há uma Comissão de Trabalhadores que tem negociado acordos de empresa, bons acordos, mas com o apoio dos sindicatos.

– A Autoeuropa é exemplar. E a Opel da Azambuja é o seu oposto?

– É um dos exemplos mais negativos de actuação de uma comissão de trabalhadores em Portugal.

UM AVÔ FELIZ COM VISTA PARA O TEJO

A sede da UGT fica na Buenos Aires em Lisboa. Um prédio já com alguns anos que tem como vizinho da frente o Instituto Superior de Economia em ruínas. Um espectáculo verdadeiramente degradante numa zona nobre da cidade. Mais sorte tem o secretário-geral da UGT. Do seu gabinete tem-se uma vista deslumbrante para o Tejo.

João Proença vai fazer 60 anos em Julho. Para trás fica uma vida ligada à investigação no INETI, à política, sempre no Partido Socialista, a vários gabinetes ministeriais e, claro, ao movimento sindical democrático, em especial à União Geral dos Trabalhadores. Está desde 1995 no cargo. Muito tempo, diz João Proença, que vai abandonar a Buenos Aires no final do próximo ano. Por várias razões. Pela necessidade de renovação e porque quer dedicar mais tempo às suas funções de avô. Não sabe o que vai fazer profissionalmente. O Governo do seu Partido Socialista prepara-se para extinguir o INETI, mas João Proença não tem dúvidas sobre o futuro.

Com um currículo profissional bem preenchido, não lhe será difícil encontrar um trabalho que o satisfaça até à reforma. Reconhece que o movimento sindical está a mudar rapidamente. Com aspectos positivos e negativos. Mas o que mais o preocupa é a presença de jovens não só nos locais de trabalho como nas diferentes estruturas sindicais. A renovação impõe-se. Por isso sai agora. A tempo de ver os netos crescerem.

PERFIL

João António Gomes Proença nasceu em 29 de Julho de 1947 na freguesia de Enguias, concelho de Belmonte, distrito da Guarda. Casado, com quatro filhos, fez a escola primária em Enguias, o liceu na Guarda e em Coimbra e a licenciatura em Engenharia Químico-Industrial em Coimbra e no Instituto Superior Técnico em Lisboa. Acabou o curso em 1970, ano em que ingressou no INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação.

Investigador auxiliar desde 1882, foi dirigente nacional e deputado do PS, tendo começado a sua actividade sindical em 1985. Ocupou vários cargos em sindicatos ligados à UGT, tendo sido eleito secretário-geral da central em 1995.

António Ribeiro Ferreira

Resumindo:

Já fez muitos favores, a muita gente – mas não foi no interesse dos trabalhadores, de certeza – agora está na hora de receber, por tudo o que fez, mas até lá vai dando uns bónus, enquanto isso o ZÉ VAI-SE LIXANDO.

1 Comentários:

Às 11:45 da tarde , Blogger a.castro disse...

A minha opinião sobre a UGT foi sempre negativa. Mais valia desaparecer do "mapa"! A única, verdadeira e eficaz organização que defende realmente os interesses dos trabalhadores foi e sempre será a CGTP!!!

 

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